Tratamentos


A cirurgia da obesidade mórbida evoluiu bastante nos últimos anos e pode ser realizada quase sempre pelo novo método de cirurgia com auxilio de micro câmera (vídeo-laparoscopia). Este método é internacionalmente o mais recomendado por ser o menos invasivo. O método por corte na barriga (laparotomia) aumenta os riscos de complicações, em especial, com a parede abdominal, como seromas ou hérnias; além de ser mais doloroso e determinar grande cicatriz prejudicando resultado estético.


Técnicas cirúrgicas



Cirurgia de obesidade por vídeo-laparoscopia
Cirurgia de redução gástrica e derivação gastro-jejunal por grampeamento (bypass)
Derivações bílio-pancreáticas
Cirurgia de Scopinaro
Cirurgia de Desvio Duodenal (Duodenal Switch)
Gastrectomia Vertical
Cirurgia da Banda Gástrica Ajustável
Balão intragástrico



CIRURGIA DE OBESIDADE POR VÍDEO-LAPAROSCOPIA

(CIRURGIA COM CÂMERA POR PEQUENOS ORIFÍCIOS)


A cirurgia bariátrica (de obesidade) proporciona maior redução de peso no primeiro mês, seguida de perda moderada mensal ao longo de 12 a 18 meses. Obtém-se assim uma perda efetiva de peso, eliminando os riscos inerentes a obesidade de forma duradoura.

A escolha da técnica ideal a ser definida em cada caso deve ser feita pelo cirurgião especialista em cirurgia de obesidade mórbida. Ele irá analisar seus dados pessoais e condição física para decidir qual será a técnica a ser empregada.

É muito importante que você saiba que a cirurgia não é um procedimento mágico. O paciente deverá modificar seus hábitos alimentares e passar a fazer exercícios diários como parte de sua vida. Aqueles que não aceitam e tão pouco cumprem com as determinações estabelecidas, embora possam no início perder bastante peso, ainda permanecem com este muito acima do ideal ou reganham peso após alguns anos.

A cirurgia tem demonstrado ser um tratamento eficaz e definitivo da obesidade mórbida. Consulte um especialista nestas cirurgias, pergunte tudo o que deseja saber, reflita alguns dias, discuta com seus familiares, depois tome a decisão que poderá ser a mais importante de sua vida.



CIRURGIA DE REDUÇÃO GÁSTRICA E DERIVAÇÃO GASTRO-JEJUNAL POR GRAMPEAMENTO (BYPASS)

Nestas cirurgias, o estômago é dividido por grampeamento e unido a um local mais baixo do intestino. Isto permite comer pouco, não sentir fome por várias horas e ainda absorver apenas parte do alimento ingerido.

Estas cirurgias implicam em riscos um pouco mais elevados pois dependem da boa cicatrização das emendas internas. Elas são reconhecidas mundialmente como os mais efetivos métodos de tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.

A técnica mais moderna para sua realização é por via laparoscópica (método cirúrgico onde evita-se os tradicionais cortes, realizando-se apenas pequenas incisões por onde entram uma micro câmera e instrumentos com calibre de 5 a 10 milímetros). Isto reduz o trauma à parede abdominal, diminuindo muito a dor e as complicações com o corte, reduzindo o tempo de internação e proporcionando também importante benefício estético.

O bypass (que em inglês significa desvio), é considerado o padrão ouro para a cirurgia de tratamento da obesidade mórbida. É a cirurgia com o melhor equilíbrio entre riscos e benefícios para a maioria dos pacientes.

Na cirurgia, o estômago é reduzido de maneira a obrigar o paciente mastigar melhor os alimentos e naturalmente ingerir menor volume a cada refeição. Além disto, realiza-se um desvio intestinal, reduzindo assim em parte a absorção.

Isto traz dois componentes de perda de peso, um restritivo (o pequeno estômago restringe a quantidade de alimento a ser ingerida) obrigando o paciente a mastigar bem e o outro mal absortivo (apenas parte do que foi ingerido será absorvido).

Importantes modificações na produção de alguns hormônios como Grelina, GLP1, GLP2 e PYY (produzidos no estômago e intestinos) provocam a diminuição da fome, saciedade precoce e até mesmo o tratamento, na maioria das vezes, do diabetes tipo II (mesmo antes de ocorrer a esperada perda de peso).

Esta cirurgia que, tradicionalmente, era realizada por corte no abdome (laparotomia), passou a ser realizada, com enormes vantagens para os pacientes, por laparoscopia. A técnica da operação no interior do abdômen nada difere da tradicional cirurgia que é feita por laparotomia (via aberta), mas as vantagens da laparoscopia são claras e serão discutidas adiante.

Esta cirurgia proporciona uma perda superior a 70% do excesso de peso inicial na grande maioria dos pacientes; podendo chegar a 100% se o paciente colaborar conforme a solicitação da equipe médica. Diferentemente dos regimes, a perda de peso pode ser sustentada com maior facilidade se o paciente optar por manter estilo de vida saudável. Além disso, ocorre resolução ou melhora de quase 95% das doenças associadas à obesidade mórbida, como hipertensão arterial, diabetes, dores em coluna, apneia do sono e refluxo gastresofágico.

Os benefícios da via laparoscópica vêm das pequenas incisões que são realizadas, causando pouca dor e possibilitando aos pacientes de levantar e andar logo algumas horas após a cirurgia, respirar mais facilmente e movimentar-se mais confortavelmente. Isto evita muitas complicações graves como tromboses (entupimento das veias nas pernas), embolias (coágulo que vai parar no pulmão) e pneumonias.

O tempo de permanência hospitalar é reduzido para 2 dias e, a maioria das pessoas podem voltar a suas atividades cotidianas após 5 a 7 dias.

Este método diminui enormemente as dores e complicações inerentes ao corte de cirurgia tradicional, como hérnia incisional (hérnia do corte), infecções, hematomas, deiscência (abertura do corte) e aderências internas.


ORIENTAÇÃO MÉDICA APÓS CIRURGIA DE REDUÇÃO GÁSTRICA E DERIVAÇÃO GASTRO-JEJUNAL POR GRAMPEAMENTO
(BYPASS POR VÍDEO-LAPAROSCOPIA)


Parabéns!Começa aqui sua vida nova.

Para que tudo corra bem após a cirurgia, devemos nos cercar de alguns cuidados. Leia com atenção as informações abaixo.

Seu novo estômago sofreu pontos e grampeamentos, será necessário que tome um remédio para diminuir a acidez.

Tome PANTOZOL (pantoprazol sódico sesquiidratado) 40mg grânulos gastro-resistentes. Ingira 1 envelope com um pouco de agua 1Xdia pela manhã durante 6 semanas.


ANALGÉSICOS:

Sua cirurgia foi realizada por vídeo-laparoscopia provocando pouca agressão mas, dor leve na barriga e no local do dreno é normal nos primeiros dias. Habitualmente pior no primeiro dia, no entanto a maior parte dos pacientes não usam nenhum analgésico (remédio para dor) a partir do terceiro dia.

No caso de dor use analgésico em gotas como os genéricos dipirona ou paracetamol (40 gotas de 6 em 6 horas) nomes comerciais: Lisador, Novalgina, Magnopyrol, Maxiliv, Anador, Dôrico ou Tylenol.

Caso dor mais forte pode associar: anti-inflamatório sublingual como Toragesic 10 mg dissolver 1 comprimido na boca até de 6/6 horas ou ainda Feldene SL 20 mg comprimidos solúveis para dissolver na boca até no máximo de 12/12 horas. Atenção, se for alérgico não use anti-inflamatórios.

Lembre-se você passou por uma cirurgia e um pouco de dor ou desconforto é normal no pós-operatório, no entanto, caso as medicações acima não estejam resolvendo, procure seu médico na Clinica Lane (fone 19.3202.0153 ramal 6) ou entre em contato com nosso serviço de urgência no Centro Médico Campinas (fone 3789.5479).


DIETAS:

Deverá seguir as recomendações da nutricionista.


LAXANTES:

Caso seu intestino não funcione pelo período de cinco ou mais dias, poderá tomar um laxante suave como: Lactulona 20 ml de 12/12 horas (genérico) ou similar na forma líquida. Outra opção será usar um supositório de glicerina ou injetar uma bisnaginha de Minilax por via retal.


ATIVIDADES FÍSICAS:

Os seus cortes foram pequenos e não deverão apresentar problemas. A permanência na cama pode ser muito perigosa para os pacientes obesos pois aumenta os riscos de trombose, embolias ou mesmo pneumonias. Portanto : MEXA-SE. Ande, dentro de seu limite físico, sempre que puder. Caminhe de preferência no plano (lembre-se você ainda não perdeu peso), subidas e descidas podem danificar seus joelhos.

Não faça força ou carregue peso acima de 15 quilos no primeiro mês.

Dirigir, só quando se sentir seguro e confortável para que se evite acidentes. A sua cirurgia não corre riscos pois foi feita por laparoscopia (pequenos orifícios) e isto evitará os riscos de complicações como hérnias e etc.

A sua volta ao trabalho habitualmente pode se dar a partir do sétimo dia após a cirurgia (depende da atividade profissional).


CUIDADOS LOCAIS:

Os seus cortes estão cobertos com pequenos adesivos de micropore. Não é necessário fazer curativos. Pode tomar banho normalmente e secar com toalha. Caso as fitas adesivas se desprendam, não é necessário colocar outra no local.

Os seus pontos deverão ser retirados pelo seu médico. Ligue para a CLÍNICA LANE no telefone (19) 3202-0153 ramal 6 e marque um retorno para retirada de pontos ao término de aproximadamente 8 dias. Esteja seguro do dia e hora a comparecer na Clínica para evitar desencontros.


DÚVIDAS:

Se fizer uso de medicações para diabetes, hipertensão, arritmias ou outras, deverá discutir com o seu cirurgião se deverá voltar a tomar após retornar a sua residência e se deve mascerar o comprimido.

Caso tenha alguma dúvida, não deixe de entrar em contato com o seu médico. Se isto não foi possível, ligue para (19) 3789.5300 ( procure pelo plantão de cirurgia do Centro Médico Campinas). A telefonista ou a recepcionista do hospital irá localizar um dos médicos da equipe que possa lhe atender.


Se quiser ver uma cirurgia de redução gástrica com derivação gastro-jejunal (bypass) realizada em nosso serviço, visite nosso canal no Youtube.


Veja também uma animação por computação gráfica
da cirurgia de Bypss.




Derivações bílio-pancreáticas

São duas as operações mais conhecidas por promover um grande desvio do caminho dos alimentos. Elas mantém um reservatório gástrico maior mas a área de absorção dos alimentos é bem menor.




Cirurgia de Scopinaro e Cirurgia de Desvio Duodenal (Duodenal Switch)

São cirurgias extremamente poderosas para o tratamento da obesidade mórbida e, muitas vezes, realizadas em pacientes super-superobesos (IMC maior que 60 kg/m2). Nesta cirurgia, a mais da metade do estômago é removida e, um desvio é feito de maneira que as enzimas digestivas (bile e suco pancreático) só irão encontrar com o alimento ingerido 50 a 100 cm do final do intestino delgado.

O resultado desta cirurgia é uma diminuição moderada na quantidade de alimento ingerido (pode-se comer de 200 a 500 ml), associada a uma grande mal absorção dos alimentos.

Apesar de ser muito eficiente, os pacientes ficam mais sujeitos a um risco maior de deficiências nutricionais a longo prazo, necessitando de cuidadoso acompanhamento médico.

Estas operações também são realizadas por laparoscopia, somando ao procedimento as vantagens da cirurgia minimamente agressiva.

A laparoscopia cirúrgica para tratar o paciente obeso, é um método de muito sucesso quando realizada por equipes treinadas e com equipamentos de excelente qualidade. Cirurgias que promovam exclusivamente desvio intestinal grande, isoladamente, sem mexer no estômago (cirurgia de Payne), foram abandonadas e não devem mais ser realizadas pois a longo prazo trazem consequências de saúde muito graves aos pacientes.



Gastrectomia Vertical

A gastrectomia vertical consiste na retirada de grande parte do estômago, deixando apenas um tubo estreito como canal para passagem do alimento. Descrita pela primeira vez como parte da cirurgia de derivação biliopancreática (duodenal switch).

A partir de 2003 começou a ser empregada isoladamente em pacientes superobesos para que, após perda de parte do excesso de peso, pudesse ser mais fácil realizar a segunda parte da derivação biliopancreática.

Observou-se no entanto que após um ano, com perda do excesso de peso ao redor de 50%, muitos pacientes já estavam satisfeitos com o resultado e deixaram de se submeter a segunda parte da cirurgia inicialmente proposta.

Aceita-se portanto que seja realizada em certas situações especiais, como na anemia ferropriva (por deficiência de ferro), onde a manutenção do duodeno no trânsito diminui os problemas com a absorção do ferro, cálcio e vitamina B12.



Cirurgia da Banda Gástrica Ajustável

Atualmente, através da vídeo-laparoscopia podemos colocar ao redor da parte superior do estômago um dispositivo chamado BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL (cinta de silicone ajustável). Deste modo forma-se um pequeno estômago logo na entrada, que permitirá ao paciente obter a sensação de saciedade (sem fome ), com apenas dez por cento do alimento que consumia anteriormente à cirurgia.

Este procedimento, por ser pouco agressivo à parede abdominal do paciente, permite sua rápida recuperação clínica e uma vez que não se corta ou grampeia o estômago nem o intestino, a volta à alimentação bem como a alta hospitalar são habitualmente possíveis na manhã seguinte da operação.

Infelizmente não provoca as vantajosas modificações hormonais que diminuem o apetite e saciedade precoce. Obriga os pacientes a cuidados maiores na forma de comer pois mais facilmente pode provocar vômitos ou obstrução na banda. Por se tratar de um corpo estranho ao organismo, pode com o passar do tempo migrar para dentro do estômago, obrigando a sua retirada.

Pacientes que apresentam refluxo (fenômeno comum entre obesos) podem ter agravamento do quadro ao longo dos anos e com consequências graves ao esôfago (esofagites e dilatação do órgão).

Atualmente este método tem sido pouquíssimo empregado em nosso país por determinar resultados muito inferiores quando comparados ao bypass e obrigar, não raramente, a realização de cirurgias reparadoras ou sua extração.



Balão intragástrico

Na última década, além dos tratamentos habituais, temos assistido avanços importantes na aplicação de técnicas menos invasivas no tratamento de obesidade mórbida. Nosso grupo busca sempre utilizar as mais modernas tecnologias, oferecendo o que há de melhor aos nossos pacientes.

Um dos mais recentes avanços não medicamentosos para se obter a perda de peso, trata-se da colocação por endoscopia digestiva alta de um balão intragástrico. Este balão de silicone polimerizado, cuja durabilidade e elasticidade já foram adequadamente testadas em diversos estudos clínicos, em especial na Itália desde 1998, pode ser colocado de forma ambulatorial, sob apenas sedação do paciente.

A proposta é que, insuflado com 500 ml de soro fisiológico, o balão ocupará boa parte da cavidade gástrica, determinando a sensação de plenitude com apenas pequena quantidade de alimento. A perda de peso estará sempre na dependência da qualidade de alimentos ingeridos e na atividade física praticada durante o seu uso. Sua aplicação torna-se interessante em especial nos casos em que o paciente necessite perder peso para melhorar sua condição clínica/ anestésica, antes de ser submetido a tratamento cirúrgico definitivo.

O balão portanto não se presta como forma definitiva do controle do peso. Uma vez retirado, o paciente ficará exposto, uma vez mais, a possibilidade de novamente ganhar peso.




Cadastre-se aqui e receba e-mail com novidades.


Nome:

E-mail:

Copie o número no campo abaixo:

 
 
Centro Médico Campinas